Sob a minha perspectiva, a qualidade mais relevante do seminário (referente ao texto “Introdução a uma sociologia reflexiva”, de Pierre Bourdieu) foi perceber sua abordagem como “ensaio de uma pesquisa”, na medida em que a maioria dos aspectos tratados pelo autor foram experimentados na prática durante a aula, como:
- maneiras de se ocupar com uma postura racional para otimizar a própria aula;
- exposição das idéias e diálogo sobre elas, construindo novas dúvidas durante o debate, posto que, conforme Bourdieu, “quanto mais a gente se expõe, mais possibilidades existem de tirar proveito da discussão [...]” (BOURDIEU, 1989, p. 18);
- questionamento dos objetos de pesquisa particulares e do projeto como um todo, deslocando-se da zona de conforto das certezas de um projeto aprovado;
- rigor para com o estudo/pesquisa (apesar das cadeiras serem muito rígidas e meu corpo muito mole);
- apreensão inconsciente durante a aula do “habitus científico”.
Ou seja, os aprendizados obtidos com o texto não devem ser percebidos e praticados somente na pesquisa, tratando-a como ação isolada e hermética: devem ser aplicados nas várias situações apresentadas durante o curso, como as aulas, por exemplo, uma vez que fazem parte do campo no qual estamos inseridos.
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