Infelizmente não pude ficar até o fim do seminário; outros trabalhos chamavam meu nome.
Deixando de lado as coisas bacanas da discussão que se referem básica e diretamente aos conteúdos dos textos – todos relevantes para nós –, prefiro comentar sobre a dinâmica proposta, uma vez que tais apontamentos conceituais estão presentes nos respectivos fichamentos.
Confesso que o formato escolhido para a discussão dos textos não me agradou. Ou melhor, o que não me agradou foi a sensação de que pra este formato deveríamos saber completa e profundamente as idéias veiculadas pelos autores. Ora, as coisas não procedem dessa maneira; pelo menos comigo não. Entrar em contato com as idéias do autor é uma coisa – camada 1; dissertá-las com propriedade é outra – camada 2; e propor questionamentos certos e específicos sobre elas é uma terceira coisa – camada 3.
No meu entendimento, estamos todos ainda na primeira camada: um espaço de contato e início de relação, portanto, passível de dúvidas, de questionamentos, de incertezas. E o seminário, da maneira com que foi dinamizado e conduzido, não me pareceu ter espaço para este tipo ocorrência – por mais contraditório que isso possa ser frente a proposta de “perguntas-respostas”.
Sob a minha perspectiva, as perguntas elaboradas deveriam focar-se muito mais na qualidade da dúvida honesta em relação aos textos do que objetivar uma falsa resposta correta dos conceitos. Ou seja, perguntas e repostas deveriam ter sido estruturadas sobre a camada 1, que habilita questões do tipo “do que esse cara tá falando?” e respostas como “não sei”, que por sua vez sugere outro questionamento: “alguém pode me explicar?”. E, assim, me parece que a proposta de discussão passa a ser mais coerente e honesta.
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